A adolescência é um período de muitas transformações e por si só já é difícil de vivenciá-lo.
Se a saúde mental dos adolescentes já não estava boa, a pandemia a afetou ainda mais, pois levou ao isolamento social, afastou os adolescentes da escola e de seus amigos, gerou o luto pela perda de familiares, aumentou incertezas e insegurança. O estresse contínuo, o medo, a tristeza e a incerteza criados pela pandemia do COVID-19 pesaram muito sobre crianças e adolescentes aumentando a incidência de transtornos psicológicos e emocionais e casos de depressão.
Para falar mais sobre esse assunto convidei a psiquiatra Dra. Tatiana Moya para nos orientar!
Nos EUA, entre março e outubro de 2020, a porcentagem de visitas ao departamento de emergência para crianças com emergências de saúde mental aumentou 24% para crianças de 5 a 11 anos e 31% para crianças de 12 a 17 anos. Também houve um aumento de mais de 50% nas visitas ao pronto-socorro com suspeita de tentativa de suicídio entre meninas de 12 a 17 anos no início de 2021 em comparação com o mesmo período de 2019, segundo a AAP (academia Americana de Pediatria).
No Brasil, estamos na mesma direção destes números. No Boletim Epidemiológico (set/2021), houve aumento de 81% dos números de suicídios em jovens no período de 2010-1019. E com certeza esse número aumentou após a pandemia.
A imensa maioria das pessoas que tenta ou comete suicídio é acometida por algum transtorno mental, sendo o mais comum a depressão. Por isso é tão importante o seu diagnóstico e tratamento.
A depressão é uma doença mental e a causa é multifatorial. Combinações de fatores genéticos e ambientais (uso de álcool e drogas, ambientes e relacionamentos tóxicos) podem resultar no distúrbio. Acomete crianças, adolescentes e adultos.
E como saber se meu filho tem depressão?
Os principais sinais e sintomas são:
– Mudança no comportamento: irritabilidade, tristeza
– Falta de interesse, energia ou motivação para realizar tarefas que antes eram prazerosas
– Baixo rendimento escolar
– Alteração do apetite (para mais ou para menos)
– Alteração do sono (para mais ou menos)
– Baixa autoestima
– Sensação de culpa
– Isolamento social
Como falar com meu filho a respeito do assunto?
Primeiramente: Não julgue! Acolha. Ter depressão não é falta de vontade ou preguiça. Valide o sentimento que ele está passando. Mostre para seu filho que ele não está sozinho e seu sofrimento pode ser dividido com quem o ama. Observe qual atividade seu filho acha prazerosa e incentive e ajude a realizá-la. Determine e apoie pequenos passos alcançáveis: 1 por vez!
Converse com seu pediatra e procure um especialista. Não deixe para depois!
E, se acaso você perceba que há algum indício de comportamento ou ideação suicida, pergunte! “Meu filho, este sofrimento é tão intenso que você acha que a vida não vale a pena?”.
Com certeza ele vai se sentir acolhido e compreendido.A morte, que é definitiva, não deve ser nunca a solução para um problema temporário.
Em tempo: “Se há vida, tem jeito!” frase da psicóloga Karina Fukumitsu
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